Suma de Letras
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Sou casada e assim como a maioria das pessoas que estão em um
relacionamento, enfrento dificuldades diárias em minha relação; esse foi um dos motivos que me fizeram ler esse livro. Queria saber se a verdade estampada no livro de Andy Jones
seria a mesma que a da minha casa e esperava ainda, pegar algumas dicas e
macetes para viver melhor com meu namorido.
E o que eu tive foi muito mais. Nós Dois está bem longe de
ser um livro de auto-ajuda (como erroneamente taxei). Trata sim, de forma
sincera, a vida a dois, mas traz uma linda história de amor, amizade e valores
familiares.
O enredo traz o recente casal Fisher e Ivy. Não sabemos
absolutamente nada sobre os dois, ao contrário dos demais livros de romance,
que na maioria das vezes nos oferece uma lista completa dos personagens
principais. O autor nos mostra aquilo que eles estão vivendo no momento: o
início do relacionamento.
Gente tem coisa melhor que começo de namoro? Aquela coisa
maluca de depender do outro; de parecer que todo tempo do mundo que você está
com a pessoa é curto, passa rápido demais, e apenas um minuto longe já é motivo
pra morrer de saudade.
Mesmo sem saber nada a respeito dos personagens, conseguimos
nos identificar com toda essa empolgação de início de namoro. Mas, Fisher,
assim como nós, não sabe muita coisa sobre Ivy. E Ivy, por sua vez, também não
sabe nada sobre Fisher.
Então você aponta o dedo e diz: “não sabem nada um do outro,
mas já estão dormindo juntos e trocando juras de amor?”. Pois é, também julguei; então, de alguma forma que não sei explicar, o autor acende um negócio em nosso
cérebro que nos faz lembrar do nosso próprio início de namoro. O quanto você
conhecia seu(sua) parceiro(a) quando se envolveu?
Assim, após alguns dias a dois, dentro de uma bolha linda de
amor, felicidade e sexo incrível; a realidade, como uma grande e pontuda
agulha, fura essa bolha e nosso casal apaixonado começa a enfrentar as outras
primeiras vezes de um relacionamento.
Nós nos beijamos pela manhã, mas algo se perdeu durante a noite - o sentimento de urgência, a eletricidade, a sensação de promessa... alguma coisa.
Fisher leva Ivy para conhecer sua família, nesse momento
alguma coisa já começa a mudar. Ele chega a conclusão que realmente não sabe nada
sobre a mulher que passou as últimas horas, nem mesmo a idade. E acredito que
Ivy também deve ter se tocado, pois não estava tratando Fisher da mesma forma.
E para completar, Ivy
revela que está grávida. A partir daí o casal descobrirá os altos e
baixos de um relacionamento.
...será que é essa a mulher com quem você deveria passar o resto da vida? Ela é A Mulher da Sua Vida? Ou você só continua com ela porque tem um senso de dever a cumprir e a esperança de que, no fim das contas, tudo vai dar certo?
Até ai, você pode achar que é algo muito comum na
literatura, mas o autor abordou de uma forma tão simples e palpável, que faz com que o leitor se identifique. Eu me vi em muitos parágrafos, ri de mim mesma e por fim, olhando para o casal fictício, concluí o quanto coloco dificuldades em situações simples.
Tem uma cena em que Fisher começa a analisar se deve ou não
dizer “eu te amo” à Ivy. Ele acha que é cedo pra dar o primeiro passo, mesmo
tendo certeza que a ama. Quando finalmente diz, faz uma nota mental que ela
deverá falar primeiro da próxima vez. Ri muito, porque sempre fiz isso (deixei
de fazer quando li Faça amor, não faça jogo – e juro que fiquei louca de vontade
que Fisher fosse real para lhe indicar a leitura).
Outra passagem que me fez rir, foi a briga do casal sobre
onde passar o Natal. Todo ano aqui em casa acontece isso, eu quero passar com a
minha família e o marido com a dele, mas ambos ficamos chateados pelo fato de
não sermos escolhidos; da família de um e do outro vir em primeiro lugar.
Mas como disse no início da resenha, o livro não é apenas
sobre casamento.
Fisher tem valiosas amizades e destaco El.
El é homossexual e sofre de uma doença chamada de Mal de
Huntington. Ver a relação amigável entre os dois foi a parte mais emocionante
do livro.
O Mal de Huntington é um distúrbio neurológico do qual ouvi
falar apenas na faculdade, uma doença realmente muito triste, e a emoção é fornecida ao leitor não pelo fato de
termos um doente, mas por vermos a sinceridade entre os amigos.
Frank, irmão de Ivy, é outro personagem que rouba a cena.
Aliás, Frank é tão espaçoso que literalmente rouba a cena. O típico cunhado (se
é que me entendem) chega ocupando tudo, sendo inconveniente, porém ama tanto a
irmã e vice-versa que sentimos vontade abraçá-lo.
Joe, também amigo de Fish, fica com a parte cômica.
Impossível não rir em suas passagens.
O autor foi muito sensível em transparecer todo o amor entre
os personagens, mostrando por fim, que uma relação a dois (seja morando juntos,
seja casando de papel passado) envolve muito mais que duas pessoas.
O livro tem muito mais que isso que expus. Andy mostra que não precisa contar muito sobre um personagem, para conseguir um envolvimento do leitor.
Eu acredito que o livro fará mais sentido na questão de
humor para quem vive ou já vivenciou um relacionamento duradouro.
Mas, se está na fase de novo amor, talvez o livro te proporcione uma visão do futuro, e quem sabe você não consiga impedir que erros bobos virem grandes discussões?
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